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Por que Benditta?

Neste verão fui presenteada com uma estadia no litoral de São Paulo, uma verdadeira festa para os olhos de uma mineira encantada com o mar. Como sempre, a distância da casa das Bendittas foi atenuada com a presença delas permeando minha experiência entre tantas novidades a beira mar. 

Já na aventura de subir a Tamoios de volta pra casa, fui exercitando uma mania antiga, de colecionar curiosidades entre anúncios, letreiros e afins, onde as palavras parecem compor um acorde surreal. E me lembrei de que, volta e meia, sou questionada sobre o nome das minhas bonecas:

  • “Por que Benditta?”
  • “Qual a origem dos dois t?”

E a pérola:

  • “Não seria melhor que suas bonecas tivessem nomes completamente diferentes?”

Procuro, com alegria e certa dose de paciência, explicar sobre a intenção de bendizer que deu origem ao meu trabalho, assim como a doce e fugaz parceria com minha filha, a razão dos dois que mantenho na logo, honrando a sintonia que me deu coragem pra trabalhar e tornar verdade este sonho. Não sei dizer se consigo convencer, na maioria das vezes, assim como deve ter se passado com os autores de algumas publicidades da estrada que, embora questionados, seguiram adiante por algum motivo.

Uma barreira eletrônica nos fez reduzir a velocidade o suficiente para ver a placa de entrada do Amanhecer Night Club. Fico considerando se este club não seria tão night assim, ou se a farra promete ser tão boa que não se consegue partir antes dos primeiros raios de Sol. Mais adiante, procurando um local para um lanche rápido, nos deparamos com a Olaria do Pastel e, por cautela, decidimos seguir um pouco mais adiante. Afinal, que sabor teria uma iguaria naquele estabelecimento? APedra da freira me sugeriu devaneios diferentes. Teria a beleza da freira sido imortalizada em uma escultura naquele lugar? Ou, numa pitada de drama, teria a religiosa desistido dos votos e, sem vislumbrar outro futuro, se jogado dali? Inseri uma nota mental para pesquisar mais tarde…

Finalmente, uma vez livre do trânsito intenso de volta da praia, a velocidade do carro me permitiu ler a chamada “Você é nossa imaginação”, bem próxima a uma agência funerária. Agradeci aos céus o fato de termos passado rápido o suficiente, não deixando qualquer chance de servir de imaginação para o proprietário daquele estabelecimento comercial… ufa!

Depois dessas férias, prometo redobrar carinho e atenção para explicar porque são Bendittas as minhas bonecas…

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